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Professores da Escola de Design participam de publicação internacional sobre audiovisual

O professor Charles Bicalho, da Escola de Design da UEMG, é um dos destaques da obra ALMA – Antropofagia, Literatura, Modernismo e Audiovisual, publicação internacional fruto de parceria entre a UFSCar, a Universidade do Algarve (Portugal), a UEMG e o Polo Audiovisual da Zona da Mata. A coletânea reúne ensaios, artigos acadêmicos e entrevistas com artistas e intelectuais de diversos países de língua portuguesa.

A participação da UEMG no projeto contou com a representação do professor Cláudio Santos Rodrigues, também da Escola de Design, que integrou o Conselho Científico e a equipe organizadora do livro. Além disso, ele foi um dos responsáveis pela condução da entrevista com Bicalho, na qual o professor compartilha sua trajetória de mais de duas décadas junto ao povo indígena Maxakali, no interior de Minas Gerais.

FOTO: Capa do livro Alma / FONTE: Universidade do Algarve

O diálogo, registrado no capítulo intitulado “Antropofagias tecnológicas: a cultura audiovisual dos Maxakali”, contou ainda com a participação dos professores Jorge Carrega (CIAC/Universidade do Algarve) e Pedro Varoni (UFSCar). Na conversa, Bicalho revisitou o início de seu trabalho com as comunidades indígenas nos anos 1990, quando desenvolveu materiais didáticos em língua Maxakali para uso nas escolas indígenas.

“Primeiro, eu passei 10 anos produzindo exclusivamente livros, resultando em 10 livros, e depois eu passei a produzir os filmes”, relembra o professor, revelando a transição que mais tarde desembocaria nos premiados curtas-metragens animados da Pajé Filmes, produtora da qual é fundador.

Ao discorrer sobre a natureza ritualística e multimodal da cultura Maxakali — que integra canto, dança, culinária, pintura e narrativa oral — o professor destacou: “A fonte de tudo é o ritual, que lança mão de todas as linguagens, e esse é o modo de expressão tradicional deles.” Para ele, o trabalho audiovisual com os Maxakali reflete essa essência, rompendo com fronteiras ocidentais entre ficção, documentário, arte e etnografia.

Bicalho também apontou uma diferença fundamental entre os modos de produção indígena e ocidental: “O mundo indígena não tem essa preocupação que a gente tem em separar as coisas. Não se preocupa em separar a ficção da realidade; tudo está misturado.” Esse princípio ressoa em suas produções audiovisuais, como os curtas Konãgxeka: O Dilúvio Maxakali (2016) e Mãtãnãg, A Encantada (2019), que ele considera simultaneamente documentais e ficcionais — uma expressão fiel da cosmologia Maxakali.

Para além da técnica, Charles Bicalho enfatizou o aprendizado humano e existencial proporcionado por essa convivência:

“Acho que o mundo indígena nos ensina isso ou nos coloca em contato de novo com isso que a gente perdeu. A gente tem isso também, mas, por causa do artificialismo da nossa modernidade, a gente perde isso um pouco; eu reaprendi isso com eles.”

A entrevista completa está disponível no e-book, que reúne intelectuais importantes como Gilberto Gil, além de pesquisadores do Brasil, África e Europa em reflexões sobre modernismo, cultura audiovisual e antropofagia cultural. A obra foi organizada por Daniel Laks, Pedro Varoni e Vanice Sargentini (UFSCar) e Jorge Carrega (Universidade do Algarve).

👉 Acesse aqui o e-book completo gratuitamente.


Trilogia Hãmnõgnõy: cinema de alma e território

A rica trajetória de Charles Bicalho junto aos Maxakali desdobrou-se também na criação da trilogia de animações Hãmnõgnõy — termo que, em língua Maxakali, designa o “lugar onde termina uma terra e começa outra”, ou o horizonte, onde habitam os espíritos yãmîy.

A trilogia é composta pelos filmes:

  • Konãgxeka: O Dilúvio Maxakali (2016),

  • Mãtãnãg, A Encantada (2019),

  • Kakxop pahok: As Crianças Cegas (2025).

As produções unem narrativas tradicionais, desenho, canto e memória ritualística dos Maxakali, resultando em obras que ressoam em festivais nacionais e internacionais, fruto da colaboração direta com realizadores indígenas como Sueli Maxakali e Shawara Maxakali.

O projeto conta com apoios como o edital PROPPG/UEMG e Rumos Itaú Cultural, além do reconhecimento como importante experiência de cinema indígena contemporâneo no Brasil.

👉 Os filmes da Pajé Filmes podem ser assistidos no canal da produtora no YouTube.

FOTO: Oficinas junto ao povo Maxakali para a produção da animação Kakxop Pahok / FONTE: Pajé Filmes


por Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)

Parceria Entre ED e ESMU Proporciona Dezembro Musical

A Escola de Música da UEMG, em parceria com a Escola de Design, preparou uma programação especial para encerrar o ano em grande estilo no Espaço Cultural da Escola de Design. Entre os dias 10 e 17 de dezembro, a música tomou conta do ECED, com uma série de concertos imperdíveis.

Foi uma semana repleta de harmonia e emoção, vibrando com as apresentações de grupos de contrabaixos, clarinetistas e a Orquestra de Extensão interpretando um variado repertório.

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

   

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