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Pele de Bicho: Entre arte, ciência e sustentabilidade. Mostra da professora Thatiane Mendes Duque em cartaz na Galeria Mama/Cadela

Pele de Bicho: Entre arte, ciência e sustentabilidade. Mostra da professora Thatiane Mendes Duque em cartaz na Galeria Mama/Cadela

A exposição ‘Pele de Bicho: intimidade entre estranhos’ de Thatiane Mendes se destaca no cenário artístico contemporâneo ao explorar a interseção entre arte, ciência e ecologia. Derivada de uma profunda investigação sobre seres vivos microscópicos e suas complexas relações com o meio ambiente, a mostra apresenta um conjunto de obras que mesclam técnicas ancestrais como cerâmica e têxteis com bioplásticos e plantas medicinais. Essa abordagem multifacetada não apenas amplia os limites da expressão artística, mas também provoca reflexões sobre temas urgentes como gênero, autocuidado e sustentabilidade.

Inspirada pela ficção especulativa de autoras como Donna Haraway e Ursula K. Le Guin, Mendes cria narrativas visuais que desafiam normas convencionais e imaginam futuros alternativos onde os protagonistas são corpos e organismos não convencionais. As obras da exposição não se limitam ao espectro visível; exploram também os biomas invisíveis que habitam nosso corpo e nosso entorno, utilizando dispositivos cerâmicos vestíveis para cultivo e monitoramento de microorganismos.

Além de sua prática artística, Mendes coordena o Grupo Casulo, um coletivo dedicado a aplicar conhecimentos interdisciplinares em arte, design, moda e ciência para criar têxteis e vestíveis mais sustentáveis e amigáveis ao meio ambiente. Desde 2018, o grupo vem desenvolvendo biomateriais e pesquisando o cultivo de microorganismos vivos, influenciando diretamente o trabalho exposto em ‘Pele de Bicho’.

A trajetória acadêmica de Mendes, que inclui estudos em poéticas tecnológicas e monitoramento do corpo através de microeletrônicos, fundamenta sua abordagem artística em laboratório. Este ambiente não só facilita o controle preciso dos processos de criação, mas também estimula uma colaboração interdisciplinar que enriquece suas obras com insights científicos.

Em um contexto sociocultural e político marcado por crises ambientais e sociais, a exposição não apenas responde, mas também propõe novas perguntas e possibilidades através de uma estética que mistura ficção e realidade. Conforme sugerido por Isabelle Stengers, ‘Pele de Bicho’ alimenta a fabulação e o gesto especulativo, convidando o público a imaginar e agir de maneiras inovadoras e colaborativas.

A exposição está aberta até o dia 23 de junho para visitação aos sábados e domingos, na Galeria Mama/Cadela, na Rua Pouso Alegre, 2048, Santa Tereza.

 

Fotografia: Daniel Pinho

PROFESSOR ADRIANO MOL DESTACA SUSTENTABILIDADE E ÉTICA NA INDÚSTRIA DE GEMAS E JOIAS NA FEIRA JCK

PROFESSOR ADRIANO MOL DESTACA SUSTENTABILIDADE E ÉTICA NA INDÚSTRIA DE GEMAS E JOIAS NA FEIRA JCK

Numa indústria onde a proveniência e o fornecimento ético são cada vez mais valorizados pelos consumidores, compreender as origens e o impacto das pedras preciosas nunca foi tão importante. Em um painel de especialistas, o professor Adriano Mol trará à tona informações valiosas sobre os desafios e oportunidades de estabelecer a rastreabilidade em toda a cadeia de abastecimento, desde os locais de mineração até o produto final.

Adriano Mol é Doutor em Engenharia de Materiais e Especialista em Design de Gemas e Joias. Ele atua como professor desde 2005 e é Coordenador do Centro de Estudos em Design de Gemas e Joias da Escola de Design da Universidade de Minas Gerais desde 2018. Adriano recebeu diversos prêmios internacionais, como o IF Design Award (Alemanha, 2021), JDE Jewelry Design Excellence Awards (Hong Kong), IBGM Jewelry Design Prize (Brasil), e o primeiro lugar do HRD Diamond Design Awards (Antuérpia, 2003).

Além de suas realizações acadêmicas, ele é reconhecido por sua contribuição prática para a indústria. Desenvolveu o primeiro corte patenteado para uma pedra preciosa brasileira, o Empire Cut, e presta consultoria desde 2004 para empresas e instituições privadas como AngloGold Ashanti, Mina Cruzeiro, Agência Brasileira de Pequenas Empresas/SEBRAE e Instituto Brasileiro de Gemas e Joias/IBGM.

Nesta palestra imperdível, para a qual foi convidado, Adriano Mol e mineradores em Madagascar, Sri Lanka e Nigéria explorarão as mais recentes tecnologias, padrões e iniciativas que impulsionam a transparência no setor de gemas e joias. Para entender como essas inovações capacitam as partes interessadas a tomar decisões informadas e a construir a confiança dos consumidores.

O professor Adriano estará na Feira JCK, em Las Vegas, no dia 2 de junho, às 15h, no Showcase Stage (piso de exposição nível 2).

A Feira JCK é reconhecida como o principal evento mundial do setor de joias, unindo negócios, networking, educação de classe mundial e tecnologia de ponta. Com mais de 30 anos de história, recebe anualmente cerca de 17.000 participantes e 1.800 expositores de mais de 130 países.

Em 2024, a JCK acontecerá de 31 de maio a 3 de junho, no The Venetian Expo Center, e contará com diversos eventos e áreas selecionadas, incluindo o GEMS (Pavilhão de Gemas), JCK Talks (Ciclo de Palestras) e como novidades, o Pavilhão de Hong Kong e a Cúpula de Sustentabilidade no JCK.

 

Acesse o site e saiba mais sobre o evento: https://lasvegas.jckonline.com/en-us/events-education/schedule-of-events/session-details.3658.214390.mine-to-market-the-importance-of-traceability-and-transparency-in-the-industry.html

Professor da Escola de Design tem projeto aprovado em edital nacional para produção audiovisual

O professor da Escola de Design da UEMG, Charles Bicalho, foi um dos 100 selecionados, dentre 9.389 inscritos, da vigésima edição do edital Rumos Itaú Cultural 2023-24 na categoria Curta-metragem de Animação. O professor vai concluir a produção do filme Kakxop Pahok: as crianças cegas, projeto desenvolvido junto ao povo indígena Maxakali (Tikmû´ûn) de Minas Gerais. Kakxop Pahok será a terceira animação que Bicalho desenvolve com os Maxakali e completará uma trilogia iniciada com Konâgxeka: o dilúvio Maxakali (2016) e Mãtãnãg, a encantada (2019).

A produção audiovisual do professor Charles em parceria com os Maxakali é fruto de pesquisas desenvolvidas há mais de vinte anos, desde a graduação, passando pelo mestrado, doutorado e pós-doutorado do pesquisador. O professor registra a tradição literária oral do povo Maxakali através de processos de gravação em áudio das histórias e cantos tradicionais em língua Maxakali, com sua subsequente tradução para a língua portuguesa e eventualmente a transformação de enredos em roteiros cinematográficos.

No início de suas pesquisas o professor Bicalho tinha foco na literatura impressa, tendo publicado uma dezena de livros na língua Maxakali com projetos gráficos criados pelos próprios indígenas, material que os nTikmû´ûutilizam em suas escolas dentro das reservas. Diante da riqueza imagética dessa tradição oral, o pesquisador resolveu apostar na produção audiovisual e fez as primeiras experiências em filmes documentários: os Maxakali filmavam principalmente seus rituais religiosos, que o professor editava e finalizava. Assim, em 2008 foi fundada a Pajé Filmes, uma produtora que reúne vários membros da comunidade indígena, como o casal Isael e Sueli Maxakali, além de Cassiano Maxakali, co-diretor de Kakxop Pahok.

Mais tarde surgiu a proposta de experimentar com a linguagem da animação, para retratar as histórias tradicionais, que geralmente estão relacionadas com os rituais, porém exibem uma complexidade de roteiros que não cabem no formato tradicional do documentário. Em 2016 então surgiu o primeiro filme animado dos Maxakali: Konãgxeka, o dilúvio Maxakali conta a versão tikmû´ûn do dilúvio. Em seguida, em 2019, veio a lume Mãtãnãg, a encantada, a segunda animação baseada em história tradicional deste povo. Kakxop Pahok, as crianças cegas, portanto, fecha a trilogia.

O edital Rumos Itaú Cultural é um dos maiores editais de patrocínio à produção audiovisual no país e tem foco na “seleção de projetos de criação artística que tenham como finalidade uma obra ou produção intelectual/artística, nas mais diversas linguagens, suportes, formatos e mídias”. O professor emplacou o projeto de pós-produção e finalização do filme, cuja produção já fora desenvolvida na Escola de Design, através do edital PROPPG 10/2022 do Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Porém a verba auferida com a Bolsa de Produtividade não foi suficiente para dar sequência até a finalização da obra. Candidatar-se ao edital do Itaú foi a solução encontrada pelo professor.

Não é a primeira vez que Charles Bicalho conquista a verba para a produção de um filme animado no referido edital. A produção anterior, Mãtãnãg, a encantada, foi produzida igualmente sob os auspícios do Rumos Itaú Cultural. E o primeiro filme da trilogia, Konãgxeka, o dilúvio Maxakali, também foi produzido com patrocínio de outro edital público, o extinto Filme em Minas.

A produção de Kakxop Pahok foi ainda transformada em projeto de extensão na Escola de Design e contará com a participação de alunos em seu desenvolvimento. Os filmes da Pajé Filmes podem ser assistidos no canal da produtora no YouTube: https://www.youtube.com/@Pajefilm. O lançamento de Kakxop Pahok, as crianças cegas está previsto para o ano que vem. A lista completa de projetos aprovados no Rumos Itaú Cultural pode ser conferida no site: https://itaucultural.org.br/secoes/noticias/rumos-2023-2024–conheca-os-projetos-selecionados

 

     

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