PIONEIROS DO DESIGN BRASILEIRO – CADEIRAS MODERNISTAS NA CASA FIAT DE CULTURA
Professor da Escola de Design é curador e participa de bate-papo sobre cadeiras modernistas
O professor da Escola de Design da UEMG, João Caixeta, participa hoje de um bate-bapo sobre a curadoria da exposição “Pioneiros do design brasileiro: cadeiras modernistas”, em cartaz na Casa Fiat de Cultura até 27 de agosto. Participa também do bate-papo a outra curadora, Adriana Dornas. A exposição apresenta a cadeira como objeto expressivo e multidimensional, carregado de sentidos e simbologia. Para Caixeta, o design das peças em exibição sugere um estatuto de escultura. “Revisitar nosso passado e refletir sobre as rupturas trazidas pela modernidade e sua influência transformadora, nos provoca a transpor barreiras, avançando como sociedade”, pontua. O bate-papo é hoje, 29/06, às 19:30, na Casa Fiat de Cultura, localizada na Praça da Liberdade, número 10. Não há necessidade de retirada de ingressos e a entrada é gratuita. Maiores informações sobre a exposição “Pioneiros do design brasileiro: cadeiras modernistas” no site da Casa Fiat.
BH recebe primeiro Mural Urbano de Arte Digital do país
BH recebe primeiro Mural Urbano de Arte Digital do país
Instalado na avenida Nossa Senhora do Carmo, museu a céu aberto apresenta em maio exposições inéditas e trabalhos dos alunos da Escola de Design da UEMG.
Um dos projetos de arte a céu aberto mais longevos do país, o Mural Templuz dá um novo passo para ampliar o acesso à cultura em um mundo constantemente transformado pelas novas tecnologias. A partir do dia 09 de maio o painel será digital, com tecnologia LED Display Outdoor, e ocupará 4,8 m x 5,76 m da fachada da Templuz (avenida Nossa Senhora do Carmo, 1.150).
“O “MUAD – Mural Urbano de Arte Digital” é um museu de arte digital a céu aberto para as mais de 80 mil pessoas que circulam diariamente pela avenida Nossa Senhora do Carmo apreciarem as obras expostas. O novo formato, que permite a modalidade tridimensional, abrangerá diversas linguagens das artes visuais, como fotografia, design gráfico, animação, vídeo-arte e performance, curta-metragem e vinhetas. O MUAD também é um projeto de extensão da Escola de Design da UEMG, com o propósito de colaborar para a formação e difusão de pesquisas e trabalhos produzidos nos ambientes acadêmicos do Brasil e exterior”, declara Camilo Belchior, curador do MUAD.
A primeira temporada do Mural Urbano de Arte Digital da Templuz trará as exposições inéditas “Memórias, vestígios e afetos”, da artista Gabriela Brasileiro, e “Experimentações em animações: projeto de extensão da Escola de Design”, e uma retrospectiva dos 12 anos em que o paredão recebeu centenas de obras de artistas nacionais e do exterior.
“O projeto contempla ainda um site com todo o seu acervo e histórico, espaço para envio de propostas de artistas e acesso ao conteúdo exposto. Em breve será lançado um aplicativo com a réplica da tela e o áudio do que está sendo exibido em tempo real, a grade de programação da semana e informações sobre a obra e o artista”, adianta o curador.
Sobre “Memórias, vestígios e afetos”
A exposição da Gabriela Brasileiro será dividida em três temáticas: “Memória e vestígios”, “Afetos” e “Brio”. O MUAD abrigará obras feitas originalmente em outros formatos, como as pinturas da artista, para expandi-las para os meios digitais.
Memória e vestígios (2007- 2015): O tema que conecta as obras surge da investigação entre memória e imaginação, do confronto entre verdade e ficção, interior e exterior. O grande formato, telas de 1,8 x 1,5m, é o suporte escolhido para acolher a materialização dessa indagação que reconstrói memórias a partir de suaves transparências de aguadas e densas formas gráficas e planas. Aqui, diferentes materiais e técnicas se misturam para compor um simulacro da realidade.
Afetos (2012 – 2016): As pinturas são baseadas em um inventário imagético que a artista coleciona. As obras são executadas em telas de variadas dimensões com predominância do grande formato com tinta acrílica e serigrafia. A pintura é investigada como uma escrita poética dos corpos e emoções. Ela registra um emaranhado de gestos, cores, formas, texturas. Imagens que se conectam à memórias ou entraram em contato com a artista em algum momento.
Brio (2015 – 2020): Neste recorte as obras atuam em linguagens híbridas como instalação, desenho e pintura. Os trabalhos investigam a liberdade do corpo em conexão com a natureza. Este diálogo é baseado na coragem e liberdade de ser.
Sobre “Experimentações em Animações: projeto de extensão da Escola de Design”
Como um projeto de extensão da Escola de Design da Universidade Estadual de Minas Gerais, o MUAD está aberto à recepção de trabalhos de artistas que dialogam com as diversas linguagens da arte digital, questões ligadas ao espaço, à cidade, fronteiras e aos dilemas daí decorrentes.
O professor e curador da mostra da UEMG, Paulo Cruz, que ministra a disciplina “Expressão Gráfica: Imagem Digital”, explica que, nessa primeira etapa do MUAD, foi feita uma chamada para a comunidade acadêmica para que alunos e docentes pudessem veicular suas obras de design e arte. “O tema foi livre e cada designer teve total liberdade para experimentar e expressar duas ideias”, informa.
O professor ressalta ainda que esse diálogo será contínuo e ampliado para artistas fora da comunidade acadêmica. Como desdobramento, a Escola de Design pretende criar um projeto com foco na produção de animações para o MUAD articulando questões teóricas e reflexões sobre a produção de signos, os efeitos de sentido que podem proporcionar ao público e o papel social do design no estímulo de uma consciência crítica para a melhoria das relações humanas.
“Essa proposta didática, juntamente com a curadoria e o acompanhamento dos alunos, é uma maneira de despertar um olhar crítico sobre os possíveis efeitos de suas criações para a sociedade de forma mais ampla”, avalia.
Sobre a “Retrospectiva Projeto Mural Templuz”
O objetivo é levar para o público os mais de 100 artistas do Brasil e de outros 12 países que passaram pelo Mural nesses 12 anos de existência. O projeto da Templuz foi um dos precursores dos murais urbanos em Minas Gerais e se transformou numa referência de difusão da arte em Belo Horizonte.
Na “Retrospectiva Projeto Mural Templuz”, o público irá mergulhar no muralismo e em sua transformação ao longo desses 12 anos: das artes bidimensionais às novas linguagens possibilitadas pelas artes digitais na contemporaneidade. E assim o MUAD agrega novos valores e possibilidades para os diálogos entre arte e espaço urbano.
Sobre o Mural Templuz
Localizado em uma das principais avenidas de Belo Horizonte (MG), por onde passam mais de 100 mil carros por dia, o Mural Templuz tem por objetivo democratizar o acesso à arte e colocar um pouco mais de cor na rotina corrida da capital mineira. “Desde sua criação, em 2011, artistas brasileiros e de diversas outras nacionalidades tiveram seus trabalhos – fotos, desenhos, ilustrações, pinturas – expostos. Alguns foram destaque em uma coletânea comemorativa”, conforme lembra o designer Camilo Belchior, curador do projeto.
As obras originais eram redimensionadas por meio de plotagem e instaladas por uma equipe de rapel no paredão da Templuz (avenida Nossa Senhora do Carmo, 1.150).
Sobre a Gabriela Brasileiro
Bacharel (2008) em Artes Visuais pela UFMG, a pesquisa artística da Gabriela Brasileiro transita pela pintura, desenho, serigrafia, instalação e vídeo, sempre a partir de imagens recortadas e recombinadas. Seu principal interesse está em investigar os afetos entre o ser humano e um ambiente imaginado ou não, e na forma como as conexões são feitas na pintura. Gabriela participou do circuito de exposições de BH, com as individuais na Galeria Copasa, Centro Cultural da UFMG e Biblioteca Luiz de Bessa; coletivas como 40 x 40 no Viaduto das Artes, Verão Arte Contemporânea no Palácio das Artes e Feira Parte em São Paulo.
Obra Flores Por Gabriela Brasileiro CRÉDITO Matheus Fleming
Obra Infinito da Gabriela Brasileiro CRÉDITO Matheus Fleming
Mostra Radical Jewelry Makeover Brasil
O Radical Jewelry Makeover está sendo executado pela primeira vez primeira vez na América Latina, e acontecerá no Espaço Cultural da Escola de Design da UEMG, entre os dias 16 e 18 de maio
O projeto Radical Jewelry Makeover (RJM) foi fundado em 2007 e já alcançou milhares de pessoas, como uma iniciativa de mineração urbana e reciclagem de produtos, com uso de joias doadas pela comunidade como alternativa à mineração de insumos.
O projeto incentiva considerar os impactos sociais e ambientais da produção de joias e a reavaliação dos hábitos de consumo, e também busca chamar a atenção do público para a criatividade dos designers de joias, que tem a oportunidade de desenvolver novos produtos e revelar as histórias por trás das coleções pessoais doadas.
A condução deste projeto inaugurou um Capítulo Estudantil EthicalMetalsmiths, sediado no Centro de Estudos em Design de Gemas e Joias, da Escola de Design, que é coordenado pelo professor Adriano Mol.
“Na configuração do produto joalheiro, a abordagem sistêmica do design permite conjugar aspectos da dimensão de valor dos produtos e serviços, com vistas à exploração sustentável do patrimônio material e imaterial de um território. Uma vez que as gemas e metais preciosos são recursos não renováveis, a sua exploração responsável está ligada ao desenvolvimento de produtos diferenciados e com alto valor agregado localmente, com base nos recursos e competências disponíveis e na riqueza cultural, além da utilização de subprodutos e resíduos.” Prof. Adriano Mol
O objetivo geral do projeto é conduzir oficinas de desenvolvimento de produtos a partir da reciclagem de joias e bijuterias, com engajamento de estudantes e profissionais de joalheria na mineração urbana, que passa pelas seguinte etapas:
– Workshops de sensibilização sobre o projeto;
– Eventos de coleta de doações de joias e bijuterias para reutilização;
– Workshops capacitação em mineração urbana, reuso e sustentabilidade em joalheria;
– Oficinas de criação colaborativa de produtos de reutilização em joias e bijuterias;
– Exposição dos resultados do projeto.
No processo de criação, que é de responsabilidade do Prof. Flavio Nascimento, que é também coordenador do Projeto GEDAI, ele explica que a partir do tema “descarte, tempo, criação”, cada participante da edição do RJM/Brasil foi desafiado a criar joias a partir dos tempos de sua história de vida: passado, presente e futuro. O tempo é a fábrica das lembranças e dos desejos, matéria prima para a criação.
Em um mundo onde apenas o novo é valorizado e ao nos habituarmos a uma dialética de excesso e de troca, tudo torna-se descartável. É preciso silenciar para ouvir as necessidades do nosso tempo e urgente trabalhar na mitigação dos danos.
Se ressignificar é recriar o que um dia foi criado, entendemos que ao desenvolver esta coleção de joias, ressignificamos múltiplas histórias – materiais, doadores e criadores.
Aos futuros usuários, desejamos que estas joias e o tempo criem novas e belas histórias.
A Profa. Thatiane Mendes Duque, coordenadora do Grupo Casulo foi a artista convidada para fazer parte do RJM e esclarece a dinâmica a seguir:
Casulos – Ações como: vestir, envolver, proteger, apaziguar, cuidar da casa – corpo, são ações que Simone de Beauvoir chama de ‘ações reprodutivas’, que se repetem, mas que mantêm a vida. Alguns objetos que nos acompanham, em intimidade com nosso corpo, fazem parte dessas narrativas diárias, seja por afeto, seja por proteção.
As joias acabam sendo esse objeto particular, que de algum modo atravessam nossas histórias. São objetos que nos fazem sentir amparados, protegidos em tempos tão inóspitos como os que vivemos.
A série ‘Casulos de Thatiane Mendes, busca criar uma sutura com o passado, encapsulando práticas ancestrais por meio da fabricação de bioplásticos elaborados com ervas medicinais. Desloca o que é considerado doméstico e aquilo que está esquecido em gavetas, como: os têxteis de crochê e miçangas coloridas, para laboratórios de estudos científicos. Lá, a artista elabora pequenos mundos com camadas protetoras para conviverem: têxteis, chás medicinais, fungos, pérolas, miçangas e outros materiais de joalherias recicladas e ressignificadas.
Equipe
Organização: Centro de Estudos em Design de Gemas e Joias, Ed-UEMG
Coordenação Geral: Adriano Mol – professor ED.UEMG
Coordenação de Criação: Flavio Nascimento – professor ED.UEMG
Coordenação de Ourivesaria: Mara Guerra – professora ED.UEMG
Artista Convidada: Thatiane Mendes Duque – professora ED.UEMG