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Projeto Sabiá de design automotivo completa 30 anos

O projeto Sabiá teve início em 1993, motivado por um convite feito à Escola de Design (ED) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) pela Shell France. A proposta era desenvolver um carro de design diferenciado para representar o Brasil na Shell Marathon, uma competição promovida pela empresa multinacional para carros mais econômicos. Não só a estética, mas também a aerodinâmica eram fatores fundamentais para um veículo voltado para maratonas de economia energética.

Atualmente Professor Emérito, José Jairo Drummond Câmara, aposentado da Escola de Design, coordenou o projeto no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design e Ergonomia (CPqD) da instituição, no início contando apenas com financiamento da própria Escola, além do apoio de pais de alunos da ED que financiavam quesitos como as passagens para os eventos em que os pesquisadores da equipe participavam.

Maio 1994, Flávio Pinho e Gilberto nas oficinas da FUMA.

A primeira competição foi na França em 1994, com um protótipo totalmente concebido no CPqD, ocasião em que receberam o Prêmio de Honra do Design, pelo modelo Sabiá 1. A equipe repetiu a participação na maratona da Shell em 1995, 2000, 2002, 2004 na França e em 2009 novamente nos Estados Unidos. Na edição francesa o modelo Sabiá 3 foi escolhido o mais bonito pelo júri e foi agraciado com o Prêmio Especial de Design para Equipe Estrangeira.

Apresentação para a imprensa do Sabiá 1 do lado do Coreto na Praça da Liberdade.

Em 2009, o modelo Sabiá 6, que fazia 97.3 km/litro, ganhou o primeiro lugar na categoria de Design Inovador. Em 18 de abril, estavam inscritos para a disputa mais de 500 alunos, organizados em 44 equipes, oriundos de escolas de ensino médio e de universidades das Américas do Norte e do Sul, incluindo países como Canadá, Brasil, México e Estados Unidos; além de uma equipe indiana, especialmente convidada.

Pintado na cor laranja e equipado com motor de cortador de grama, o Sabiá 6, que contou com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), é inspirado em modelos de carros da marca Bugatti da década de 1930 e no Homem de Ferro, o super herói das histórias em quadrinhos. Seu protótipo fica em exposição permanente com outros cinco do projeto no hall da Escola de Design na Praça da Liberdade.

Cartaz da 10 Marathon Shell, França, 1994.

Pelo feito na Califórnia em 2009, a equipe recebeu da Shell Oil Company um prêmio que “representou um atestado de qualidade e de capacidade da UEMG e de Minas Gerais”, como avaliou à época o professor Jairo Drummond. “Conseguimos mostrar nosso produto em escala mundial”, atestou ainda. O reconhecimento da Shell foi inspirador: nos próximos anos mais de 40 outras premiações vieram em várias partes do mundo para projetos em design automotivo desenvolvidos por professores e alunos no CPqD da Escola de Design.

Apresentação de papers e participações em conferências na Croácia, Mônaco, França, Argentina e China, além de uma participação na InovaTec, que é considerado o maior evento brasileiro de inovação tecnológica, foram ainda frutos colhidos pelo projeto, que é um dos de maior repercussão da Escola de Design da UEMG. Tudo isso faz com que o projeto Sabiá seja um símbolo de inovação, criatividade e arrojo, e de como não há limites para o talento dos designers mineiros.

 

Maio 1994, Mônica, a piloto e o molde do Sabiá 1 mas oficinas da FUMA.

Na quadra de vôlei da antiga ESAP-FUMA, que virou a Escola de Design da UEMG, na Av. Amazonas onde hoje é o Expominas, 1994.

28 maio 1994, Circuit Paul Ricard, Le Castelet na Provence francesa.

28 maio 1994, Circuit Paul Ricard, Le Castelet em Provence, França.

Maio 1994, Montagem da Carroceria do Sabiá 1 na FIBRAER.

1994, o Sabiá 1 na reta de largada do Circuito Paul Ricard (onde ocorrem hoje os GPs de Formula 1 na França), em Le Castelet na Provence francesa.

Conceito do Sabiá 1 foi concebido no Mac Draw por José Jairo Drummond Câmara.

Revista francesa Auto Plus, nº 300, de 07 de junho de 1994.

Jornal Diário da Tarde de 17 de junho de 1994.

Fotos: Arquivo pessoal do professor José Jairo Drummond Câmara.

Simpósio de Design Sustentável elege 3 artigos do CEDTec-UEMG como melhores do evento

O IX Simpósio de Design Sustentável (edição 2023), organizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) elegeu 3 artigos do Centro de Estudos em Design e Tecnologia (CEDTec) da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais como melhores do evento.  Os 3 artigos foram recomendados para publicação em revistas científicas parceiras. Os artigos submetidos, aprovados e selecionados no Simpósio foram:
1. O Velho Mercado Novo: vida, design e reutilização na cidade. Autores: Josana Mattedi Prates Dias e Rita de Castro Engler. Indicado para publicação na Revista LOGO, categoria A no Qualis CAPES.

Josana, aluna do Doutorado em Design da UEMG, orientanda da Profa. Rita de Castro Engler e bolsista da Fapemig realiza uma pesquisa sobre a ocupação recente do Mercado Novo, com foco na ação de design denominada Velho Mercado Novo. O interesse é na reutilização de espaços e objetos que concorrem para a sustentabilidade num contexto de obsolescência programada. O Mercado tradicional, com suas múltiplas funções, é a referência formal e simbólica para os novos empreendimentos. O texto, escrito com a Profa. Rita, intitulado O Velho Mercado Novo: design e reutilização na cidade foi selecionado para compor a edição especial da e-revista LOGO – do IX Simpósio de Design Sustentável  2023, atualmente classificada pela CAPES com qualis A3.
 

Produtos plásticos estão presentes em praticamente todas as atividades da humanidade, roupas, construções, produtos hospitalares, dentre outros. Em paralelo a sua crescente produção, questões relacionadas à gestão dos resíduos também aumentaram a ponto de se tornarem prioridade para organizações internacionais, governos e sociedade. Apesar dos avanços, a cadeia dos plásticos, em boa parte, ainda é linear, ou seja, os resíduos não são corretamente coletados e realocados no processo produtivo, mais do que isso, muitos produtos plásticos sequer são pensados e desenhados para que sejam reciclados. Assim, antes mesmo de apresentar soluções práticas, é preciso analisar a dimensão do problema e seus impactos. Para tal, o objetivo do artigo é fazer um levantamento qualitativo e quantitativo do mercado de economia circular de plásticos no Brasil, com destaque para os produtos que não são absorvidos por recicladoras, analisando suas razões e as perspectivas deste mercado.O artigo apresenta o estudo de caso do Velho Mercado Novo, na cidade de Belo Horizonte: uma abordagem de design que reutiliza lojas vazias no Mercado Novo e concilia os interesses de antigos e novos comerciantes. A estratégia adotada renovou a importância desse lugar na cidade e valorizou o que é velho e tradicional. O referencial teórico reúne discussões dos campos das ciências sociais e do design que compreendem a sustentabilidade não só por meio da reutilização, mas também a partir da reconexão entre os sujeitos e os lugares. No estudo do caso, são analisados os vínculos construídos com a história e com a vida do lugar, revelados nos aspectos formais e simbólicos dos novos empreendimentos. As ações de ocupação bem-sucedidas prezaram pela constituição de uma ideia de mercado capaz de articular a tradição, as ruínas, a diversidade e o futuro. 

2. Paz, justiça e instituições eficazes: prevenção da violência em escola pública. Autores: Yan Liszt Ximenes Medeiros, Suéllen Mota Marques Costa,  Cláudio Santos Rodrigues, Rita de Castro Engler. Indicado para a Revista Mix Sustentável, categoria A no Qualis CAPES.
Este trabalho destinou-se a responder a seguinte pergunta-problema: como o Design Gráfico poderia contribuir para a prevenção da violência em uma escola pública? O objeto de estudo foi uma instituição de ensino pública, de nível fundamental, situada no município de Belo Horizonte, na qual havia casos de violência entre os estudantes de 11 a 14 anos. O objetivo foi planejar, executar e avaliar ações para prevenção da violência entre os aprendizes. O método foi a realização de duas oficinas de produção de cartazes para a prevenção da violência, as quais foram seguidas pela elaboração de uma intervenção artística na face interna de um dos muros da escola. Os resultados apontam que o Design Gráfico pode contribuir criando e/ou fortalecendo as redes de apoio para prevenção da violência. 
3. Plásticos recicláveis sem absorção no mercado da reciclagem: um panorama geral da economia (não) circular dos plásticos e as contribuições do Design. Autores: Aline Rodrigues da Fonseca, João Vitor Vicente, Cecília Luiza Costa Delfino, Emilia Minieri, Rita de Castro Engler. Indicado para a Revista Transverso, categoria B no Qualis CAPES.
Produtos plásticos estão presentes em praticamente todas as atividades da humanidade, roupas, construções, produtos hospitalares, dentre outros. Em paralelo a sua crescente produção, questões relacionadas à gestão dos resíduos também aumentaram a ponto de se tornarem prioridade para organizações internacionais, governos e sociedade. Apesar dos avanços, a cadeia dos plásticos, em boa parte, ainda é linear, ou seja, os resíduos não são corretamente coletados e realocados no processo produtivo, mais do que isso, muitos produtos plásticos sequer são pensados e desenhados para que sejam reciclados. Assim, antes mesmo de apresentar soluções práticas, é preciso analisar a dimensão do problema e seus impactos. Para tal, o objetivo do artigo é fazer um levantamento qualitativo e quantitativo do mercado de economia circular de plásticos no Brasil, com destaque para os produtos que não são absorvidos por recicladoras, analisando suas razões e as perspectivas deste mercado.
O CEDTec agradece à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao Programa Institucional de Apoio à Pesquisa da Universidade do Estado de Minas Gerais (PAPq-UEMG) pelo aporte financeiro aos trabalhos. Para maiores informações, gentileza contar a Profa. Dra. Rita de Castro Engler, pesquisadora-chefe do CEDTec (rita.engler@uemg.br). O centro de pesquisa também possui um canal no YouTube, o qual pode ser acessado por meio do link www.youtube.com/@CEDTecEDUEMG.

DESSU É UM PROJETO INOVADOR DESENVOLVIDO NO CENTRO T&C

Noturnas é um projeto de pesquisa e extensão, desenvolvido na Oficina DESSU do Centro T&C, que mescla Design, Tecnologia e a cena Drag de Belo Horizonte. O objetivo foi desenvolver vestuários experimentais estampados a partir da combinação do Design de Superfície com Tecnologias Emergentes.  O projeto incluiu a realização de experimentos relacionados ao escaneamento tridimensional de corpos humanos, desenvolvimento de imagens com auxílio de Inteligência Artificial, estamparia com pigmentos especiais luminescentes, e a modelagem 3D física e digital de roupas. Culminando em peças conceituais, físicas e virtuais, que se consolidam como um pathwork contemporâneo de ideias dos integrantes da equipe de trabalho, o “Noturnas” valoriza a cultura e as artistas da vida notívaga de BH, por meio de perspectivas inovadoras para Design de Superfície aplicado à Moda.

O trabalho foi finalista no concurso HORIZŌN LATIN.X, primeiro prêmio para coleções de moda digital feitas por alunos de moda, design de universidades brasileiras e latino-americanas, e exibido no evento BRIFW (Brazil Immersive Fashion Week) & WIRED Conference, em novembro de 2023.

Com a coordenação e orientação do professor Wadson Amorim, o projeto Notunas DESSU foi desenvolvido por uma equipe de alunos de diferentes cursos da ED-UEMG, sendo eles:  Bernardo Espindola, Christian Samora, Daniel Colares, Elisa Martino, Gabriel de Oliveira, Igor Fernando, João Vitor Ferreira, Jorge Gabriel de Melo, e Rodrigo Araújo.

Para maiores informações e visualização do material audiovisual produzido pela equipe, siga a página de pesquisa da Ofina DESSU no Instagram: @dessu.ed

 

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