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Professor da ED desenvolve ações em inteligência artificial com entidades da indústria da moda

No dia 27 de março, o Professor Wadson Gomes Amorim, coordenador do projeto “DIA – Design com Inteligência Artificial”, ministrou uma aula magna na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). A ação ocorreu durante a reunião da Câmara da Moda, uma instância consultiva vinculada à FIEMG, que atua buscando promover o desenvolvimento e a competitividade da indústria do vestuário, calçados e acessórios em Minas Gerais.

FOTO: Aula do professor Wadson na Câmara da Moda / FONTE: Arquivo Particular de Wadson Amorim

Presidida por Rogério Vasconcellos, a Câmara da Moda da FIEMG, reúne lideranças dos segmentos de vestuário, bolsas, calçados, joias, bijuterias e têxteis. Seu objetivo é promover estratégias colaborativas voltadas ao fortalecimento do setor em Minas Gerais.

Em sua apresentação, Amorim abordou os impactos da inteligência artificial (IA) no design de moda e as transformações que essa tecnologia vem promovendo na cadeia produtiva.

O professor apresentou o projeto de pesquisa e extensão DIA, que surgiu a partir de outro projeto: o Oficina DESSU, que envolve experimentações em tecnologias aplicadas ao design de superfície. Ambos são desenvolvidos no Centro de Estudos em Teoria, Cultura e Pesquisa em Design (Centro T&C) da Escola de Design.

O projeto DIA investiga o uso de ferramentas de IA nos processos de criação e desenvolvimento de produtos de moda. E tem ainda o propósito de democratizar o acesso ao conhecimento por meio de metodologias ativas de ensino, aliando experimentação prática a uma abordagem crítica e ética no campo das tecnologias emergentes.

FOTO: imagem de divulgação do projeto “DIA – Design com Inteligência Artificial” / FONTE: Arquivo Centro T&C ED UEMG

Através de uma parceria estratégica com o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Minas Gerais (Sindivest-MG) o projeto também tem promovido workshops para profissionais da indústria, oferecendo capacitação técnica e acesso a conteúdos atualizados sobre inovação no setor. Dessa forma incentiva a troca entre saberes acadêmicos e os desafios enfrentados cotidianamente pelas empresas.

FOTO: Workshop do professor Wadson na Sindvest-MG / FONTE: Arquivo Particular de Wadson Amorim

Iniciativas dessa natureza contribuem para alinhar a formação acadêmica às demandas concretas do mercado, estimulando uma cultura de inovação constante e consolidando a Escola de Design como referência na investigação aplicada das relações entre design e tecnologia no cenário regional e nacional.

 

por Charles Bicalho (AsCom ED UEMG)

Editorial: Antonnione Leone

Professores da Escola de Design participam de publicação internacional sobre audiovisual

O professor Charles Bicalho, da Escola de Design da UEMG, é um dos destaques da obra ALMA – Antropofagia, Literatura, Modernismo e Audiovisual, publicação internacional fruto de parceria entre a UFSCar, a Universidade do Algarve (Portugal), a UEMG e o Polo Audiovisual da Zona da Mata. A coletânea reúne ensaios, artigos acadêmicos e entrevistas com artistas e intelectuais de diversos países de língua portuguesa.

A participação da UEMG no projeto contou com a representação do professor Cláudio Santos Rodrigues, também da Escola de Design, que integrou o Conselho Científico e a equipe organizadora do livro. Além disso, ele foi um dos responsáveis pela condução da entrevista com Bicalho, na qual o professor compartilha sua trajetória de mais de duas décadas junto ao povo indígena Maxakali, no interior de Minas Gerais.

FOTO: Capa do livro Alma / FONTE: Universidade do Algarve

O diálogo, registrado no capítulo intitulado “Antropofagias tecnológicas: a cultura audiovisual dos Maxakali”, contou ainda com a participação dos professores Jorge Carrega (CIAC/Universidade do Algarve) e Pedro Varoni (UFSCar). Na conversa, Bicalho revisitou o início de seu trabalho com as comunidades indígenas nos anos 1990, quando desenvolveu materiais didáticos em língua Maxakali para uso nas escolas indígenas.

“Primeiro, eu passei 10 anos produzindo exclusivamente livros, resultando em 10 livros, e depois eu passei a produzir os filmes”, relembra o professor, revelando a transição que mais tarde desembocaria nos premiados curtas-metragens animados da Pajé Filmes, produtora da qual é fundador.

Ao discorrer sobre a natureza ritualística e multimodal da cultura Maxakali — que integra canto, dança, culinária, pintura e narrativa oral — o professor destacou: “A fonte de tudo é o ritual, que lança mão de todas as linguagens, e esse é o modo de expressão tradicional deles.” Para ele, o trabalho audiovisual com os Maxakali reflete essa essência, rompendo com fronteiras ocidentais entre ficção, documentário, arte e etnografia.

Bicalho também apontou uma diferença fundamental entre os modos de produção indígena e ocidental: “O mundo indígena não tem essa preocupação que a gente tem em separar as coisas. Não se preocupa em separar a ficção da realidade; tudo está misturado.” Esse princípio ressoa em suas produções audiovisuais, como os curtas Konãgxeka: O Dilúvio Maxakali (2016) e Mãtãnãg, A Encantada (2019), que ele considera simultaneamente documentais e ficcionais — uma expressão fiel da cosmologia Maxakali.

Para além da técnica, Charles Bicalho enfatizou o aprendizado humano e existencial proporcionado por essa convivência:

“Acho que o mundo indígena nos ensina isso ou nos coloca em contato de novo com isso que a gente perdeu. A gente tem isso também, mas, por causa do artificialismo da nossa modernidade, a gente perde isso um pouco; eu reaprendi isso com eles.”

A entrevista completa está disponível no e-book, que reúne intelectuais importantes como Gilberto Gil, além de pesquisadores do Brasil, África e Europa em reflexões sobre modernismo, cultura audiovisual e antropofagia cultural. A obra foi organizada por Daniel Laks, Pedro Varoni e Vanice Sargentini (UFSCar) e Jorge Carrega (Universidade do Algarve).

👉 Acesse aqui o e-book completo gratuitamente.


Trilogia Hãmnõgnõy: cinema de alma e território

A rica trajetória de Charles Bicalho junto aos Maxakali desdobrou-se também na criação da trilogia de animações Hãmnõgnõy — termo que, em língua Maxakali, designa o “lugar onde termina uma terra e começa outra”, ou o horizonte, onde habitam os espíritos yãmîy.

A trilogia é composta pelos filmes:

  • Konãgxeka: O Dilúvio Maxakali (2016),

  • Mãtãnãg, A Encantada (2019),

  • Kakxop pahok: As Crianças Cegas (2025).

As produções unem narrativas tradicionais, desenho, canto e memória ritualística dos Maxakali, resultando em obras que ressoam em festivais nacionais e internacionais, fruto da colaboração direta com realizadores indígenas como Sueli Maxakali e Shawara Maxakali.

O projeto conta com apoios como o edital PROPPG/UEMG e Rumos Itaú Cultural, além do reconhecimento como importante experiência de cinema indígena contemporâneo no Brasil.

👉 Os filmes da Pajé Filmes podem ser assistidos no canal da produtora no YouTube.

FOTO: Oficinas junto ao povo Maxakali para a produção da animação Kakxop Pahok / FONTE: Pajé Filmes


por Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)

Design na Tela volta em nova edição: o curta “The House” abre a nova temporada em 18 de junho

O projeto de extensão Design na Tela está de volta à Escola de Design da UEMG para sua segunda edição — agora ampliada e repleta de novidades! A iniciativa, que une cinema, design e debate acadêmico, estreia sua nova temporada nesta quarta-feira, 18 de junho de 2025, com a exibição comentada do curta The House (2022), uma premiada animação stop motion dirigida por Emma De Swaef, Marc Roels, Niki Lindroth von Bahr e Paloma Baeza.

Com curadoria cuidadosa, a programação deste ano inclui obras que transitam entre diferentes linguagens e culturas — de produções brasileiras, como Eletrodoméstica (2005) de Kleber Mendonça Filho e Ilha das Flores (1989) de Jorge Furtado, até clássicos internacionais, como The Human Voice (2020) de Pedro Almodóvar e o elogiado O Grande Hotel Budapeste (2014) de Wes Anderson. As sessões ocorrem sempre às quartas-feiras (curtas) e sábados (longas), no mezanino da Escola de Design.

A proposta do Design na Tela é ir além da simples exibição de filmes. A cada encontro, os participantes são convidados a discutir as obras sob a ótica do design, refletindo sobre narrativas visuais, estética, construção de personagens, cenografia, tipografia, sonoridade e outros aspectos que dialogam diretamente com a prática do designer contemporâneo.

Outro destaque desta edição é a oferta de horas de atividades complementares aos participantes, além de pipoca gratuita — tudo para tornar a experiência ainda mais envolvente. O evento é aberto não apenas à comunidade acadêmica da UEMG, mas também a interessados de outras instituições e do público externo.

A equipe do projeto convida todos a seguirem o perfil no Instagram @design.natela para novidades, comentários sobre os filmes e registros das sessões.

Confira a programação completa da Edição 2025 do DesiCRONOGRAMA_DESIGN_NA_TELA_2025gn na Tela aqui.


Programação de estreia:

18/06/2025 (quarta-feira), 17h
🎬 The House (2022) — Curta-metragem de animação (Netflix)
🗨️ Roda de conversa: Olhares do Design sobre “The House”
📍 Mezanino da Escola de Design – UEMG 
🍿 Pipoca gratuita | 🎓 Horas complementares

FOTO: Cartaz do filme “The House” / FONTE: Netflix

 


por Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)

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