Na manhã do dia 27 de maio de 2025, a Escola de Design da UEMG não apenas abriu suas portas: abriu também janelas para outras geografias, outras histórias e outras formas de olhar a cidade. Vindas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), as professoras Gabriela Morais, Paula Bastiello e os alunos do nono período do curso de Arquitetura e Urbanismo – Unidade de Laguna – foram recebidos para uma experiência imersiva que atravessou tempos, espaços e sentidos.
O ponto alto da visita foi a palestra ministrada pela pesquisadora do PPGD/UEMG, Josana Mattedi Prates Dias. Com um olhar sensível e atento, ela apresentou a história do edifício modernista que hoje abriga a Escola de Design – projeto de Raphael Hardy Filho, um dos grandes nomes do modernismo mineiro. Mais que uma aula sobre concreto, vidro e aço, a explanação resgatou a gênese da cidade planejada de Belo Horizonte, filha tardia da Paris de Haussmann, suas utopias, rupturas e permanências.

Foto: Palestra da pesquisadora Josana Dias / Fonte: Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)

Foto: Alunos da UDESC na palestra da pesquisadora Josana Dias / Fonte: Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)

Foto: Visita às galerias do Espaço Cultural / Fonte: Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)
O edifício, inaugurado em 1965 como sede do IPSEMG, é parte integrante do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Liberdade, tombado em 1977 pelo IEPHA e protegido também em âmbito municipal. Não à toa, tornou-se personagem vivo no percurso dos visitantes: suas linhas, galerias e espaços foram explorados em visita guiada conduzida por Josana, pelo Espaço Cultural e pela Assessoria de Comunicação da ED.
Mas a visita dos catarinenses a Minas não se limitou à capital. Como parte das disciplinas de Metodologia de Pesquisa Aplicada e Empreendedorismo, a turma percorreu Ouro Preto, Congonhas, Tiradentes, Brumadinho e São Paulo. Cada cidade revelou um capítulo das camadas que compõem o urbanismo brasileiro: o barroco mineiro em Ouro Preto; o traçado turístico de Tiradentes; a arte política do Instituto Inhotim; a periferia criativa do projeto Lá da Favelinha, em BH.
Em relato emocionado, a estudante Gabriela Gaesperin sintetizou o impacto desse percurso:
“A palestra da professora Josana desenhou toda a relevância do traçado urbano no coração de BH, nos transportando para diversos tempos dessa cidade imensa. Refletimos também sobre o futuro ao visitar iniciativas como o projeto Lá da Favelinha, que ressignifica o pertencimento e a autoria dos moradores periféricos sobre suas próprias histórias.”
No prédio da Escola de Design, a turma encontrou não apenas um espaço físico — mas um lugar de reflexão. O diálogo com o modernismo local ampliou seu repertório e provocou questionamentos sobre memória, inovação e responsabilidade social do arquiteto contemporâneo.
Este intercâmbio reafirma a vocação da Escola de Design da UEMG como espaço de circulação de ideias, culturas e saberes. Mais que um edifício histórico, a ED se consolida como ponto de encontro entre tempos, territórios e projetos — uma rede viva entre instituições públicas que pensam a cidade como desafio comum.

Foto: Visita ao terraço da Escola de Design / Fonte: Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)

Foto: Turma da UDESC e pesquisadora Josana no terraço / Fonte: Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)