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Música + Design transforma o palco em ‘pinacoteca animada e sonora

Fotos: Ascom/ Jessica Thaysmara

No dia 28 de abril, o Espaço Cultural da Escola de Design da UEMG foi cenário de uma performance multissensorial: ‘Música de Museu’, projeto idealizado pelo flautista, compositor e professor Felipe Amorim, levou o público a uma experiência sensorial onde música e imagem dialogam com sofisticação e inventividade: uma espécie de ‘pinacoteca animada e sonora’.

O concerto faz parte do projeto ‘Música + Design’, uma parceria entre as escolas de Música (ESMU) e de Design (ED) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Ao longo do ano de 2025, haverá apresentações musicais produzidas por professores, alunos, ex-alunos e convidados da ESMU no Espaço Cultural Escola de Design, nas últimas segundas-feiras de cada mês.

Nesta edição, foram combinadas as Fantasias para flauta solo de Georg Philipp Telemann (1681–1767) com animações de obras do pintor Antoine Watteau (1684–1721) e desenhos da artista Marina Nazareth (1939). A criação visual — assinada pelo próprio Amorim — propôs um novo olhar sobre o espaço da música, evocando a sensação de transitar por uma galeria em movimento, onde sons e imagens compõem um único fluxo poético.

A proposta partiu da pergunta:Como apresentar música além do som, sem romper com a tradição?” A resposta foi a justaposição entre os elementos visuais e musicais, que ora se complementavam, ora se contrastavam — criando um verdadeiro contraponto multimodal.

Fotos: Ascom/ Jessica Thaysmara

O estilo galante do século XVIII, presente tanto nas composições de Telemann quanto nas imagens de Watteau, sustentou o diálogo entre linguagens distintas. As animações não ilustraram a música; reagiram a ela, provocando-a. Foi como se a pintura respirasse ao ritmo da flauta, transformando o concerto em uma instalação viva.

Felipe Amorim, que já integrou grupos como O Grivo, Flutuar Orquestra de Flautas e Oficina Música Viva, é doutor em Flauta pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor da ESMU da UEMG. Sua trajetória artística combina o rigor técnico à pesquisa estética, com interesse especial pela contemporaneidade musical, experimentação eletrônica e improvisação.

Ao final do concerto, ficou no ar a dúvida se havia contemplado realmente uma apresentação musical. Foi uma obra expandida, uma visita guiada a um museu sonoro e visual — e, acima de tudo, um convite à escuta atenta e ao olhar desacelerado.

A próxima edição da série ‘Música + Design’ será no dia 26 de maio. Deixamos aqui o convite para mais uma experiência que promete ser cativante, envolvente e inspiradora.

por Antonnione Leone (AsCom ED UEMG)

Parceria Entre ED e ESMU Proporciona Dezembro Musical

A Escola de Música da UEMG, em parceria com a Escola de Design, preparou uma programação especial para encerrar o ano em grande estilo no Espaço Cultural da Escola de Design. Entre os dias 10 e 17 de dezembro, a música tomou conta do ECED, com uma série de concertos imperdíveis.

Foi uma semana repleta de harmonia e emoção, vibrando com as apresentações de grupos de contrabaixos, clarinetistas e a Orquestra de Extensão interpretando um variado repertório.

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

Foto de Yuri Simon

   

Aluna do mestrado na ED se apresenta em Dachau, Alemanha

No dia 11 de novembro, em uma cerimônia na cidade de Dachau, no estado da Baviera, na Alemanha, Cora Wallach Sanches, aluna do mestrado em Design na ED, apresentou uma palestra baseada em sua dissertação intitulada “Design de superfícies: um estudo de caso da Família Wallach”, orientada pela Profa. Heloísa Nazaré dos Santos. O evento homenageava os moradores judeus que foram expulsos da cidade na famigerada Kristallnacht.

A Kristallnacht, ou Noite dos Cristais, ou ainda Noite dos Vidros Quebrados, tem seu nome derivado dos vidros das vitrines das lojas de propriedade de judeus que foram quebrados no violento massacre antissemita perpetrado pelos nazistas nos dias 9 e 10 de novembro de 1938 em toda a Alemanha, na Áustria e em localidades da Tchecoslováquia. Na ocasião, sinagogas foram atacadas, saqueadas e destruídas, cemitérios judeus foram profanados e muitos indivíduos judeus foram atacados pelas Sturmabteilung (SA) (literalmente “Destacamento Tempestade”), as Tropas de Assalto de Hitler, tendo ao menos 91 judeus sido assassinados.

Cora desenvolve sua dissertação em torno da história de sua família, descendente do empresário judeu Julius Wallach, que deu significativas contribuições ao design de trajes típicos da Baviera, até a ascensão do nazismo. Sua apresentação destacou a ligação de sua família com a cidade e a contribuição de seus ancestrais para a moda tradicional bávara na região. “Minha pesquisa busca não apenas preservar a memória da minha família, mas também destacar a relação entre design, cultura e história material. É emocionante ver como essas histórias ainda ressoam aqui.”

Sua participação gerou visibilidade ao ser entrevistada pelo jornal Süddeutsche Zeitung, dias antes do evento, atraindo a presença de muitos leitores do jornal para o local, alguns deles inclusive tendo levado presentes para Cora. Monika Becker, uma moradora de Dachau, lhe entregou um tecido original da loja Wallach, guardado desde os anos de 1970. “Receber algo tão único e conectado à história da minha família é indescritível. É como se esses objetos estivessem esperando para retornar ao contexto da minha pesquisa”, conta Cora emocionada.

Para a pesquisadora, seu trabalho reforça a importância do design como ferramenta para preservar e revisitar memórias históricas, conectando passado e presente. “Esse evento mostrou como os objetos e histórias de nossas famílias podem carregar memórias profundas, que continuam a influenciar nossas vidas e nossa visão de mundo.”

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