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Gustavo Martins, aluno da Escola de Design da UEMG, faz participação na celebração de 12 anos do Instituto Hahaha

Gustavo Martins Dias (Gamba), é artista visual e aluno do 3º período do curso de Artes Visuais Licenciatura na Escola de Design, faz participação na exposição “A Arte do Encontro” na modalidade de mostra de obras artísticas do Instituto Hahaha, com sua obra intitulada “Cortejo”, que retrata a trajetória do Instituto e celebra a arte da palhaçaria.

Para Gustavo, “Movimentar é fazer com que um corpo deixe o lugar que ocupava e passar a ocupar outro, agitar uma coisa ou parte do corpo, dar motivo a algo. É assim que a aquarela funciona. Até que a água seque, as partículas de pigmentos podem se movimentar pelo papel e ganhar formas inesperadas. As pinceladas pelo corredor do hospital representam esse espaço que é movido de sua função principal e se torna palco, unindo palhaces, pacientes e colaboradores. E é nesse deslocamento de ir pra lá e pra cá, aqui e acolá, que o Instituto Hahaha se movimenta nos hospitais, Instituições e cidades!”

 

Obra “Cortejo” alusiva ao ano de 2015. Por Gustavo Martins (Gamba) – 2022. Técnica: aquarela sob papel Canson.

Fundado em 2012 por Elen Couto, Eliseu Custódio e Gyuliana Duarte, o Instituto Hahaha é uma organização da sociedade civil (OSC) que promove a arte da palhaçaria em espaços de saúde e de acolhimento. Com a missão de colocar o riso a serviço da vida, busca garantir o direito e acesso à arte e à cultura para crianças, adolescentes, adultos, idosos, seus familiares, profissionais de saúde e corpo técnico.

Grupo Instituto Hahaha. Fonte: Instituto Hahaha.

Celebrando seus 12 anos, o Instituto Hahaha propõe uma programação gratuita e inspirada na trajetória do grupo, que conta com a exposição “Arte do Encontro” e uma Clínica aberta ao público com médicos do Hahaha. Tudo isso inserido na nova ambientação da sede do Instituto proposta pelo curador Marcos Hill, correspondendo ao desejo do Instituto de abrir suas portas para a visitação do público.

A exposição “A Arte do Encontro”, traz duas mostras inspiradas na trajetória do grupo: uma fotográfica, sob o olhar da fotógrafa Carol Reis, e outra de artes plásticas, composta por 10 obras artísticas.

Para a artista e gestora do Hahaha, Gyu Duarte, “A palhaçaria é uma arte efêmera. A proposta é registrar e revelar, de forma poética e artística, o percurso do Instituto Hahaha nos atendimentos aos hospitais de Belo Horizonte. Por isso, a ideia de trazer o olhar de artistas de outras áreas, como da fotografia, do audiovisual, da literatura e das artes plásticas”.

A mostra fotográfica revisita a trajetória do grupo a partir de uma seleção de 30 imagens inéditas que representam momentos poéticos da atuação dos palhaços nos hospitais.

Mostra fotográfica sob o olhar da fotógrafa Carol Reis. Fonte: Instituto Hahaha.

Já a mostra de obras artísticas, é um convite para mergulhar e contemplar cada obra como parada obrigatória na trajetória da instituição. Com o intuito de celebrar o potencial de transformação da arte da palhaçaria, é composta por 10 trabalhos realizados pelos artistas plásticos mineiros e residentes em Minas Gerais: ngela Andrade, Anna Bheatriz, Gustavo Martins, Isabella Proença, Maíra Paiva, Mateus Moreira, Rebeca Amaral, Tamires da Mata, Washington da Selva e Yanaki Herrera, que utilizam de diversas técnicas revelando momentos marcantes na trajetória do Hahaha.

Além da exposição, durante a programação de aniversário do Instituto Hahaha, pessoas de todas as idades têm a oportunidade de entrar em contato, com recursos artísticos utilizados pelos palhaços, durante os atendimentos aos hospitais, por meio da Clínica Hahaha, que é aberta ao público e conta com médicos do Hahaha. Em encontros que duram cerca de três horas, os visitantes têm acesso a jogos cênicos, jogos de palhaçaria, brincadeiras, músicas, trabalho corporal, dança, meditação e conversas.

A exposição ‘A Arte do Encontro’ bem como a ‘Clínica Hahaha’, acontecem na sede do Instituto Hahaha, na Rua Estrela do Sul, 126 – Santa Tereza.

As visitas à exposição ‘A Arte do Encontro’, acontecem nas terças e sextas-feiras, de 13h às 17h, até o dia 28/09.

Já as visitas à Clínica Hahaha acontecem 1 vez por mês com encerramento em novembro, com inscrições gratuitas no link: https://forms.gle/TYMa1sPnq2GQmPTQ8

Para mais informações sobre a programação de celebração dos 12 anos do Instituto Hahaha acesse o site: https://institutohahaha.org.br/

Um Banquete para os Olhos e a Alma: O Painel “Doce Música Mecânica” exposto na Escola de Design e a História da Imprensa Oficial

Em meio às paredes da Escola de Design da UEMG, uma obra de arte singular nos convida buscar entender a história da imprensa e da literatura mineira. O painel “Doce Música Mecânica”, do artista plástico Fernando Pacheco, é um verdadeiro banquete para os olhos e a alma, que celebra a trajetória histórica da Imprensa Oficial e homenageia grandes nomes da cultura brasileira.

Com mais de três metros de largura, o painel “Doce Música Mecânica” tem cores e formas marcantes, que com facilidade nos remetem ao universo da tipografia, dos jornais e da literatura. Para celebrar os 120 anos da Imprensa Oficial em 2021, foi inspirada no “Poema do jornal”, de Carlos Drummond de Andrade, publicado em seu primeiro livro, “Alguma poesia”, no ano de1930, que retrata a atmosfera das oficinas gráficas, técnicas, equipamentos utilizados na época e ao jornalismo da época.

Poema do jornal

O fato ainda não acabou de acontecer

E já a mão nervosa do repórter

O transforma em notícia.

O marido está matando a mulher.

A mulher ensangüentada grita.

Ladrões arrombam o cofre.

A polícia dissolve o metting.

A pena escreve.

Vem da sala de linotipos uma doce música mecânica.

Drummond, um dos principais poetas brasileiros, está presente no painel, assim como outros grandes nomes da literatura mineira, como Otto Lara Resende, Fernando Sabino e Murilo Rubião. Todos eles, em algum momento de suas vidas, estiveram ligados à Imprensa Oficial.

A Imprensa Oficial de Minas Gerais foi fundada em 1892 e desempenhou um papel fundamental na divulgação das informações oficiais do estado e na promoção da cultura mineira. A última edição impressa do Diário Oficial do Estado, órgão oficial dos poderes estaduais, foi produzida em 2019, por decisão do Governador Romeu Zema, dando início a uma transição para o formato digital.

Em fevereiro deste ano, o acervo que era exposto no local foi repassado para a Universidade do Estado de Minas Gerais e a transferência realocou alguns equipamentos históricos no Laboratório de Tipografia (TipoLab) da Escola de Design, incluindo o quadro, que agora é exibido no hall da ED. A doação foi feita pela Secretaria de Estado de Governo (Segov) e contém impressoras, prelos, clichês, fotografias, entre outros itens.

A obra de Fernando Pacheco, ao retratar essa história, resgata a memória da Imprensa Oficial e a coloca em um lugar de destaque no cenário cultural mineiro. O painel “Doce Música Mecânica” é mais do que uma simples obra de arte; é um marco que celebra a importância da imprensa na construção da identidade de Minas Gerais.

Fernando é um artista plástico mineiro conhecido internacionalmente, por suas obras vibrantes e cheias de significado. Seus trabalhos já foram expostos em diversos museus e galerias do Brasil e do mundo, e suas pinturas são reconhecidas por sua expressividade e pela capacidade de evocar emoções profundas.

Reprodução: Fernado Pacheco

Reprodução: Assessoria de Comunicação  (Matheus Lacerda)

Pele de Bicho: Entre arte, ciência e sustentabilidade. Mostra da professora Thatiane Mendes Duque em cartaz na Galeria Mama/Cadela

Pele de Bicho: Entre arte, ciência e sustentabilidade. Mostra da professora Thatiane Mendes Duque em cartaz na Galeria Mama/Cadela

A exposição ‘Pele de Bicho: intimidade entre estranhos’ de Thatiane Mendes se destaca no cenário artístico contemporâneo ao explorar a interseção entre arte, ciência e ecologia. Derivada de uma profunda investigação sobre seres vivos microscópicos e suas complexas relações com o meio ambiente, a mostra apresenta um conjunto de obras que mesclam técnicas ancestrais como cerâmica e têxteis com bioplásticos e plantas medicinais. Essa abordagem multifacetada não apenas amplia os limites da expressão artística, mas também provoca reflexões sobre temas urgentes como gênero, autocuidado e sustentabilidade.

Inspirada pela ficção especulativa de autoras como Donna Haraway e Ursula K. Le Guin, Mendes cria narrativas visuais que desafiam normas convencionais e imaginam futuros alternativos onde os protagonistas são corpos e organismos não convencionais. As obras da exposição não se limitam ao espectro visível; exploram também os biomas invisíveis que habitam nosso corpo e nosso entorno, utilizando dispositivos cerâmicos vestíveis para cultivo e monitoramento de microorganismos.

Além de sua prática artística, Mendes coordena o Grupo Casulo, um coletivo dedicado a aplicar conhecimentos interdisciplinares em arte, design, moda e ciência para criar têxteis e vestíveis mais sustentáveis e amigáveis ao meio ambiente. Desde 2018, o grupo vem desenvolvendo biomateriais e pesquisando o cultivo de microorganismos vivos, influenciando diretamente o trabalho exposto em ‘Pele de Bicho’.

A trajetória acadêmica de Mendes, que inclui estudos em poéticas tecnológicas e monitoramento do corpo através de microeletrônicos, fundamenta sua abordagem artística em laboratório. Este ambiente não só facilita o controle preciso dos processos de criação, mas também estimula uma colaboração interdisciplinar que enriquece suas obras com insights científicos.

Em um contexto sociocultural e político marcado por crises ambientais e sociais, a exposição não apenas responde, mas também propõe novas perguntas e possibilidades através de uma estética que mistura ficção e realidade. Conforme sugerido por Isabelle Stengers, ‘Pele de Bicho’ alimenta a fabulação e o gesto especulativo, convidando o público a imaginar e agir de maneiras inovadoras e colaborativas.

A exposição está aberta até o dia 23 de junho para visitação aos sábados e domingos, na Galeria Mama/Cadela, na Rua Pouso Alegre, 2048, Santa Tereza.

 

Fotografia: Daniel Pinho

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