Foto: Entrada da III Mostra de Cutelaria Artesanal Mineira / Fonte: Charles Bicalho
Nos dias 9 e 10 de agosto, o Espaço Cultural da Escola de Design (ECED) da UEMG sediou a terceira edição da Mostra de Cutelaria Artesanal Mineira, reunindo artesãos, colecionadores e entusiastas para dois dias de exposições, vendas, oficinas, palestras e exibições audiovisuais dedicadas ao universo das lâminas artesanais.
O evento contou com a participação de André Ferreira (Belo Horizonte), Arthur Lage (Itabira), Bruno Moura (colecionador), Charles Márcio – Cobra Custom Cutelaria, Facas Erechim, Euller Rezende (Entre Rios de Minas), Miguel Lima (Entre Rios de Minas), Hugo Grochoeller – homenageado no cartaz (Ouro Branco), Humberto Brito – Argos Cutelaria (Belo Horizonte), Rony Rudy (Belo Horizonte), Yann Pavão – afiador (Belo Horizonte), Alexandre Fonseca Dias – Uai Facas (Belo Horizonte) e Zé Madeira (Belo Horizonte).
Foto: Expositor Hugo Grochoeller / Fonte: Charles Bicalho
Foto: Expositor Alexandre Fonseca Dias (Uai Facas) / Fonte: Charles Bicalho
Foto: Expositor Euller Rezende / Fonte: Charles Bicalho
Foto: Expositor Charles Márcio / Fonte: Charles Bicalho
A Mostra integra o projeto “Cutelaria mineira: o design de lâminas artesanais no estado de Minas Gerais”, desenvolvido na Escola de Design com apoio do edital 16/2023 do Programa Institucional de Apoio à Pesquisa (PAPQ) da UEMG, sob coordenação do professor Charles Bicalho. Conta com a parceria do Laboratório de Ensaios, Modelagem e Prototipagem (LEMP) e apoio do Centro de Estudos Multissensoriais Aplicados (CEMA), da Associação de Cutelaria Artesanal Mineira (CARMIN), do Fio das Gerais – Museu da Cutelaria e do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.
Foto: Professor Charles Bicalho junto aos expositores da III Mostra de Cutelaria Artesanal Mineira / Fonte: Susanna Domingos
A homenagem deste ano
A homenagem deste ano foi dedicada a Hugo Grochoeller Aguiar Lima, natural de Conselheiro Lafaiete e criado em Ouro Branco, aos pés da Serra do Deus me Livre. Seu interesse por lâminas surgiu ainda na infância, inspirado por filmes da década de 1980. Começou de forma rústica, reproduzindo o que via nas telas, às vezes sem tratamento térmico, afiando lâminas no meio-fio. Com o tempo, passou a colecionar peças e, posteriormente, a produzir em uma pequena oficina montada no sítio do sogro, conciliando a atividade com o trabalho em um hospital.
Em 2024, decidiu se dedicar integralmente à cutelaria, marcando um ponto de virada em sua trajetória. Nesse período, firmou contrato com o Instituto Estrada Real para produzir facas com a marca da Estrada Real, criando o modelo Tropeira, hoje disponível no mercado. Produz facas customizadas e em série, forjadas ou por desbaste, além de foices e machados. Entre os aços de sua preferência estão o inox 420, o 440 e o 14C28N.
Hugo nutre especial apreço pelas facas japonesas — como yanagiba, deba, kantsuki, petty e santoku — pela precisão e minúcia do trabalho oriental: “O meu encontro com as facas japonesas é mais uma questão da excelência no corte, dependendo de cada faca para cada trabalho: legume, peixe, fatiar, descascar, etc.” Suas lâminas inspiradas na tradição nipônica ilustram o cartaz oficial da III Mostra.
Foto: Jogo de facas em estilo japonês criado por Hugo Grochoeller / Fonte: Cutelaria Grochoeller